quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Minha Experiência com Animês da KEY

Se você não tem idéia do que sejam Clannad, Air, ou Little Busters, esse artigo é para você. E se já viu, coloque sua opinião (esse artigo é minha opinião, e não um guia).

O que é exatamente Key?
A Key se resume a uma empresa que cria Visual Novels. Certo, e o que são Visual Novels? Se tratam de histórias em formato de Jogo. Você assume o papel de um personagem e é colocado num cenário e lê (e ouve) os diálogos com outros personagens. A jogabilidade é extremamente limitada. Em alguns poucos momentos da história, você tem a oportunidade de tomar alguma decisão, aparentemente se qualquer importância, que pode simplesmente definir se o final da história vai ser bom ou ruim.
Bem, mas por que a Key seria relevante? Porque os jogos dela e os animes baseados nesses jogos são famosos por “fazerem muitas pessoas chorarem”.

Serei sincero que me senti pressionado a chorar pelas opiniões das pessoas na internet. Não é muito incomum encontrar pessoas dizendo que você não tem coração se não chora assistindo tais animes.

Estrutura das Histórias (observações)

Os animes da Key seguem uma estrutura semelhante, porque são baseados em Visual Novels, nas quais a linha da história depende da personagem do qual você se aproxima. No anime, eles contam a rota de cada personagem por vez, o que soa mais natural do que resetar a história todas vezes que uma das rotas acaba, mas que também tem seus problemas, pois existem cenas que são comuns a todas as rotas e o fim das rotas são meio incompatíveis, eu diria, então eles deixam o Gran Finale para “a Heroína Principal” (sim, é um mercado voltado para homens, o que não impede que existam muitas fãs do sexo feminino).

Minha crítica (no caso dos jogos) fica para o ritmo extremamente lento. Sério, já tentei (e não foi só uma vez), mas nos jogos demora muito pra alguma coisa que não seja sem importância acontecer. No início, a probabilidade de se sentir um retardado é grande pelo nível de lerdeza dos eventos. SIM, o motivo é dar um ar de rotina, te colocar no universo da história, ver os dias passando, se entrosar com as personagens. Admito, isso é essencial pra mim (ser cativado pelos personagens), mas, em especial nas visual novels, parece que o nível de lerdeza das personagens é maior que o normal. Acredito que existam pessoas que acham isso Kawaii. Não é meu caso.
Os animes conseguem contornar um pouco essa lentidão, já que eles não podem se estender por infinitos episódios (talvez One Piece), mas existem rotas extremamentes maçantes (o caso da Fuko de Clannad).
Outro ponto que chama a atenção é o fato de que o Gran Finale de Clannad e Little Busters foi deixado para uma segunda temporada, e quem assistiu apenas a primeira pode ter ficado sem entender, e até mesmo não ter visto graça no anime, pois A graça e o sentido da história estão na rota do Final (especialmente para Little Busters; quem não viu a segunda temporada tem segredos que quem não assistiu, não faz a menor idéia do porque de algumas coisas).
Outro dado importante a se comentar é a presença de um tema central que dá o sentido a cada série.
Por fim, um aviso: As histórias da Key possuem como objetivos serem tocantes, e não serem lógicas, portanto ocorrem sim eventos sem sentido nenhum, se, de fato, puderem ajudar no desenrolar da história.

Clannad

Por conta da já citada lentidão, eu demorei séculos para assitir Clannad. Eu me forcei a assistir o início, por conta do hype feito em cima da série. Eles botaram a pior rota (da Fuko) logo no início. Bem, posso dizer que a segunda temporada faz valer a pena toda lentidão da primeira. Sério, vale a pena.
O tema central da história é família. É possível vê-lo em maior ou menor nível em cada rota, mas na rota da Nagisa (heroína principal) é mais do que evidente, seja na própria família dela (que eu chamaria de exemplo), seja no spoiler.
AIR

Até hoje eu não entendo porque as pessoas gostam desse anime. As únicas que eu realmente achei elogiáveis de verdade foram a abertura e a tia da heroína principal. Só. Eu não vi graça em nada. Sentido, faltou muito (até tem, mas faltou consistência).
Até o último episódio eu estava esperando a parte boa chegar, mas ela não chegou. Sofre severamente do problema de lentidão que eu já comentei.
O tema dessa série é, bem, difícil de dizer quando não se vê muito sentido numa série, mas seria algo como “mãe”, ou “um lugar ao qual pertencer (família)”, algo do tipo.
Se alguém viu sentido nessa série, me diga. Eu estou disposto a reconsiderar (embora ache difícil).
Little Busters

Definitivamente uma das minhas séries preferidas.
Como eu já tentei jogar (sem completar qualquer das rotas), tenho uma maior base de conhecimento do que quem apenas viu o anime.
Quando o anime foi anunciado, houve temor por conta do estúdio que ficou com o projeto, J.C.Staff. De fato, a qualidade saiu inferior ao que deveria ter sido, mas ainda dá pra encontrar a alma da série lá.
A série também sofre da lentidão das outras séries. Eu diria que menos, mas sou suspeito, porque eu gosto muito do universo, dos personagens, do tema, das músicas de fundo... bem, eu fui cativado.

O tema de Little Busters é amizade, “um lugar ao qual pertencer”, e amadurecimento. Isso é altamente evidente. Do início ao fim do anime o tema é o valor que os amigos representam não só para Riki, como para cada uma das personagens. O segredo revelado na segunda temporada (Little Busters Refrain) além de ser altamente surpreendente, triste e feliz, serve como uma cereja do bolo para o tema.

Quanto às lágrimas
Vai de cada um. Acho que as pessoas não devem se sentir forçadas a chorar. Isso vai tirar a graça da experiência, e, evidentemente alterar o resultado da reação.


Obs: A imensa maioria das Visual Novels possuem cenas proibidas para menores de idade. A KEY seria uma exceção, pois seu principal trabalho, CLANNAD, é livre para todas idade, e também a primeira versão de Little Busters (que foi a que joguei).

Obs 2: Os animes da Key são livres para todas idades.

Obs 3: Não aconselho baixar os jogos. Eu já não faço isso. Existem Game Plays no youtube, e o efeito é quase o mesmo.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Opinião sobre Mahouka (Impressões)


Não é muito comum, diria até que é raro, eu acompanhar um animê semanalmente, mas com esse está sendo assim. O único da temporada atual (Primavera 2014) que estou de fato acompanhando é esse, Mahouka Koukou no Rettousei (O irregular na Escola de Magia).
Mahouka é baseado numa Light Novel, são livros escritos em vários volumes, com algumas ilustrações; é uma mistura de mangá com livro.
O universo é um mundo onde há pessoas que podem ou não possuir poderes mágicos, e se ambienta numa escola de magia. No caso, o protagonista, Shiba Tatsuya, possui poderes fracos (enquanto sua irmã é poderosa), mas é extremamente inteligente e bom com combates físicos; seus poderes fracos fazem ele ser alvo de rejeição e preconceito por várias vezes na série, dando brecha a diversas cenas em que as pessoas têm que engolir suas palavras, porque ele não perderia pra qualquer um que seja na escola de magia.
Meu resumo ficou bem mal-feito, e faltou coisa com força, mas o post é só pra dar impressões mesmo.
No quesito técnico, posso dizer que é um raro caso de boa animação, com belo carachter design. Está mesmo de parabéns.
No campo da história, bem, eu adorei a história, mas não foi tão bem recebido pelo público. Por exemplo, Sword Art Online (SAO), um dos animes mais assistidos entre os lançados nos últimos 2 anos, também vem de light novel, e antes de ter seu anime lançado, possui menos vendas do que Mahouka, passando de longe em vendas, depois de ir à televisão. O mesmo não ocorreu com Mahouka, cujos livros tiveram crescimento bem menor, em comparação a SAO, ficando bem atrás em vendas.
Ao meu ver, a fraca recepção de Mahouka se dá a um "desenvolvimento inicial lento" e a "mais um universo de magia".
Antigamente, eu esperava muito por um anime no estilo escola de magia, e não vi nenhum que me agradasse de fato. Não vou dizer que Mahouka atendeu minhas expectativas, porque a magia do animê é bem diferente da que esperaríamos normalmente. Está mais pra uma magia "tecnológica". Inclusive, quem assiste o animê, não consegue compreender o mecanismo de magia, porque a explicação foi cortada, mas tem bastante a ver com "partículas" e "sequências mágicas de ativação", ficando a critério dos fãs irem fuçar o primeiro livro para entender.
Com relação ao "desenvolvimento lento", diria que a história foi acelerada com relação ao livro, e os que droparam de cara, fizeram por ausência de luas épicas logo no início. Eu sei que o primeiro episódio diz muito de uma obra, mas querer lutas épicas logo de início é querer muito. Deixa a galerinha entrar na escola e conhecer as pessoas. Bem, ao contrário do que alguns pensam, o desenvolvimento é rápido. Em mais ou menos uns 8 episódios, já temos o fim de um arco, no qual há luta contra "terroristas". Sim, uma espécie de "comunistas da magia" que lutam pela diferenciação social provocada pela magia.
Outro detalhe que chama atenção em Mahouka é o possível caso de incesto. Sinceramente, é uma incógnita pra mim. Os dois irmãos vivem jogando indiretas e depois negam. Em alguns momentos é divertido, em especial quando eles estão obviamente atuando ou desmentindo que haja algo além de seus laços fraternais, mas em outros momentos, bem... deixe pra lá, imagino que a maioria das pessoas não deva gostar de incesto. No fim, imagino que, de fato, haja um sentimento, mas que ele não venha a se concretizar pela história, apesar da possibilidade.

Por último, a parte que mais gosto, é a personalidade de Tatsuya e seus problemas familiares. Shiba é talvez o personagem mais Badass que eu já vi num animê. Ele está 85% do tempo sério, consegue vencer qualquer inimigo que enfrenta, e consegue atingir os objetivos a que se propõe. O animê ainda não chegou a detalhar com clareza seus problemas familiares, mas o que se sabe até agora é que ele está na escola de magia contra a vontade da família e sua irmã é em tudo a preferida (apesar dele ser a pessoa mais talentosa da escola, e a própria irmã dar preferência a ele em tudo). Acho que a questão familiar ainda vai render ótimas histórias, principalmente quando Tatsuya puder provar pela milionésima vez (o que já fez várias vezes em menos de 10 episódios) que ele é o cara pra todos os preconceituosos e soberbos que o subestimam.